Dia do Chocolate: indústria brasileira cresceu quase 10% no 1º trimestre de 2023

A produção de chocolates no Brasil cresceu 9,8% no primeiro trimestre de 2023. Os dados são de um estudo da KPMG encomendado pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab). No total, foram 219 mil toneladas, ante 199 mil produzidas nos três primeiros meses de 2022.

Já no consolidado do ano passado, o volume atingiu 760 mil toneladas – um crescimento de 8%, em comparação à produção registrada em 2021 (701 mil toneladas). Segundo dados da ComexStat, o setor de chocolate exportou, até junho de 2023, 17,5 mil toneladas, o que corresponde a US$ 71,8 milhões.

Em Minas Gerais, fábricas instaladas no estado apontam crescimento considerável nos últimos anos, principalmente após a retirada das restrições da pandemia da Covid-19. Um crescimento evidenciado não só pelo volume das vendas e pela demanda do mercado, como também na expansão da produção e diversificação dos produtos.

Ferrero

Quem faz parte dessa fatia de crescimento no Brasil é a Ferrero. Com fábrica instalada há 25 anos em Poços de Caldas, no Sul de Minas, a marca responsável pelo creme de avelã Nutella, chocolates Kinder Ovo e envase das balinhas TicTac, cresceu 20% entre 2022 e 2023.

De acordo com a empresa, em 3 anos, a Ferrero cresceu mais de 60% em faturamento e 40% em volume de produção. O bom resultado é atribuído às estratégias de investimento em qualidade do produto, mídia, execução no ponto de venda, aumento de distribuição e investimento em inovação.

De acordo com o diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Ferrero para a América do Sul, Fernando Careli, a empresa tem investido em diferentes lançamentos reforçando as marcas que já são reconhecidas pelo consumidor, como o snack Kinder Tronky, lançado este ano. “Essa é uma combinação que nos permitiu dobrar o volume do nosso negócio em quatro anos, mantendo um crescimento constante em receita, e nosso plano é continuar com o crescimento de duplo dígito no país”, diz.

Responsabilidade social

Em Minas, a Ferrero Rocher investe ainda em iniciativas como a redução da emissão de carbono. De acordo com Careli, a planta de Poços de Caldas é a primeira do grupo a realizar o projeto. Recentemente, foi feito o investimento de 6,5 milhões de euros, cerca de R$ 33 milhões, para implementar o projeto de descarbonização na linha de produção. “A primeira etapa do programa foi concluída em 2022 e deve permitir a redução de aproximadamente 15% das emissões de carbono a partir do investimento de 400 mil euros, já aprovado pelo grupo, até 2025”, detalha.

Chocolates Ouro Preto

Na região Central do estado, a Chocolates Ouro Preto também experimenta um bom momento. De acordo com o diretor da fábrica situada na cidade histórica de mesmo nome, João Pedro Avelar, a páscoa de 2023 foi a melhor em 15 anos. “A gente distribui ovos de páscoa para 45 supermercados de cidades mineiras. Para se ter uma ideia da demanda, a produção para abril começou em outubro do ano passado”, diz. Segundo o diretor, o resultado após a páscoa foi tão bom que, para 2024, a empresa pretende aumentar a produção dos ovos em 40%.

Ele explica que a demanda dos supermercados é ainda pela diversificação dos produtos, com opções de produtos para todo tipo de restrição alimentar. “A gente está sendo incentivado a modernizar e oferecer uma gama extensa de produtos. Então, cerca de um mês atrás, a gente inaugurou a produção de itens zero lactose e também veganos”, revela. Atualmente, a empresa oferece entre 100 e 120 tipos de produtos feitos a partir do chocolate.

A fábrica de Avelar trabalha com produto artesanal (mas com capacidade de produção em larga escala) e receita original, o que atrai e conquista os turistas da cidade histórica. Com duas cafeterias em Ouro Preto, que utilizam os chocolates da própria fábrica na produção de sobremesas, a Chocolates Ouro Preto viu o movimento aumentar com o fim das restrições da pandemia e teve que ampliar uma de suas lojas, construindo mais um andar para acomodar melhor os clientes.

Esse aumento do movimento, segundo Avelar, “é fruto de uma demanda muito específica que o chocolate vem ganhando” no pós-pandemia, o que atraiu pessoas que passaram muito tempo em casa para lugares que oferecem experiências, como Gramado e Campos do Jordão, que são popularmente conhecidas pelo chocolate. Segundo o diretor, os produtos queridinhos dos clientes são o alfajor, que tem receita argentina, e o petit gateau, de inspiração francesa.

Entenda por que o Dia Mundial do Chocolate é no dia 7 de julho

Comemorado nesta sexta-feira (7), o Dia Mundial do Chocolate marca a chegada da iguaria na Europa, no Século 15. No Brasil, o chocolate chegou em meados do século 18 e ganhou espaço pelo clima e terra boa para plantação, principalmente na Bahia. Desde então, a produção da iguaria não parou de crescer

Fonte: O Tempo