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Julho Amarelo: Secretaria de Saúde destaca a importância do combate às hepatites virais

Redação24 de julho de 202315min0
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SES aponta adoção de medidas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença que pode levar à morte

Criado em 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial das Hepatites Virais é comemorado no dia 28 de julho, em homenagem à data de nascimento do cientista Baruch Blumberg. Ganhador do Prêmio Nobel, o pesquisador descobriu o vírus da hepatite B e desenvolveu um teste de diagnóstico e a vacina. No Brasil, a Lei nº 13.802/2019 instituiu o Julho Amarelo, que marca uma série de ações de conscientização e combate às hepatites virais, por isso a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) alerta para o avanço da doença e reforça a importância da conscientização da população, adoção de medidas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.

Segundo a coordenadora de IST/ Aids e Hepatites Virais da SES-MG, Mayara Marques, as hepatites virais são doenças que representam um grande problema de saúde pública no Brasil e no estado de Minas Gerais. “São doenças que nem sempre apresentam sintomas, e por isso a dificuldade do diagnóstico”, explica.

A coordenadora explica ainda quais são as formas de prevenção, a importância da vacinação e do teste rápido. “Para prevenir as hepatites virais é importante utilizar preservativo em todas as relações sexuais, ter as medidas de higiene pessoal e de saneamento básico e evitar o compartilhamento de materiais de uso pessoal, como escova de dente e alicate de unha. Para as hepatites dos tipos A e B, existe vacina. Para a hepatite C nós não temos vacina disponível, mas é uma doença que tem tratamento e cura. É importante que as pessoas façam o teste rápido para o diagnóstico das hepatites virais B e C, esse teste rápido está disponível nas unidades básicas de saúde”.

Em Minas Gerais, a hepatite A, B e C são as mais comuns. Contudo, as dos tipos B e C causam maior preocupação, pois podem evoluir para cirrose e até câncer no fígado, além de não apresentarem sintomas, o que faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O impacto dessas infecções acarreta aproximadamente 1,4 milhão de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada às do HIV e tuberculose.

De acordo com números do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), seguem dados relacionados à taxa de detecção de hepatite A, B e C entre 2018 e 2023 em Minas Gerais, além dos números de óbito por hepatites virais no mesmo período.

Ano da Notificação

Nº de casos de Hepatite A

Taxa de Detecção/100.000 habitantes

2018

135

0,68

2019

46

0,23

2020

25

0,13

2021

35

0,18

2022

32

0,16

2023

12

0,06

Ano da Notificação

Nº de casos de Hepatite B

Taxa de Detecção/ 100.000 habitantes

2018

1228

6,18

2019

1070

5,39

2020

593

2,99

2021

751

3,78

2022

752

3,79

2023

284

1,43

Ano da Notificação

Nº de casos de Hepatite C

Taxa de Detecção/ 100.000 habitantes

2018

1649

8,31

2019

1522

7,67

2020

856

4,31

2021

882

4,44

2022

989

4,98

2023

417

2,10

Fonte: SINAN – IST-HIVAIDS/SES/SUBVS-SVE-DVCC-CIST  

*Dados parciais sujeitos à alteração retirados em 04/07/2023  

 

Ações da SES-MG  

Ao longo de todo o ano, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realiza diversas ações com objetivo de fortalecer a luta contra as hepatites virais, algumas delas são:

  • Elaboração e publicação do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais;
  • Elaboração de Campanha Informativa em alusão do Dia de Combate às Hepatites virais com objetivo de sensibilizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce;
  • Distribuição para todas as Unidades Regionais de Saúde (URS) e estas fazem a distribuição para os munícipios sob jurisdição, de testes rápidos para triagem das Hepatites virais;
  • Compra e distribuição de insumos preventivos (preservativo externo e interno e gel lubrificante);
  • Repasse de incentivo federal para os munícipios sede de Serviços de Atendimento Especializado (SAE) / Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) / Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM) para custeio às ações de vigilância, prevenção e controle das Infecções Sexualmente (IST), Aids e Hepatites Virais com objetivo subsidiar os munícipios para o desenvolvimento de ações para o enfrentamento às Hepatites Virais;
  • Distribuição de medicamentos para os munícipios sede de Serviços de Atendimento Especializado (SAE) / Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) / Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM) com objetivo de proporcionar o tratamento em tempo adequado e de forma adequada.

A doença

Os principais sintomas da hepatite A são: febre; fraqueza; mal-estar; dor ou desconforto abdominal; enjoos e náusea; vômito; perda de apetite; urina escura (cor de café); icterícia (olhos e pele amarelados); e fezes esbranquiçadas. O diagnóstico é realizado por exames laboratoriais e o tratamento baseia-se em dieta e repouso, geralmente melhora em semanas e a pessoa adquire a imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção.

A principal forma de prevenção contra a hepatite A é a vacina, que deve ser administrada em crianças a partir de 15 meses a menores de 5 anos. A cobertura vacinal contra a hepatite alcançada em Minas Gerais entre janeiro a março de 2023 é de 83,2%. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%. Além da vacina existem outras maneiras de evitar o contágio, como lavar bem os alimentos que serão consumidos crus e cozinhar muito bem os alimentos como frutos do mar e carne de porco, além de evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes dos rios.

O diagnóstico da hepatite B é realizado através de exames de triagem e testes clínicos. O tratamento é oferecido pelo SUS e a doença pode ser controlada, evitando complicações. A principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina, que está disponível no SUS para todas as pessoas não vacinadas, independentemente da idade. Atualmente, a cobertura vacinal de recém-nascidos (até 30 dias) contra a hepatite B, em Minas Gerais, de janeiro a março de 2023, é de 87,08% (a meta é de 95%).

Outras formas de prevenção devem ser observadas, como: uso do preservativo em todas as relações; as gestantes devem realizar testes para detecção da hepatite B, durante o pré-natal e parto para evitar a transmissão vertical (transmissão de mãe para filho); evitar contato direto com sangue; não compartilhar seringas e agulhas, objetos de uso pessoal como lâminas de barbear, depilar, alicates de unhas e escovas de dentes; utilizar material descartável ao realizar tatuagem e colocação de piercing.

Já o diagnóstico da hepatite C é realizado por exame laboratorial, teste rápido e teste complementar de biologia molecular (HCV-RNA). Para a hepatite C não há vacina, mas possui tratamento pelo SUS, com chance de cura em mais de 95% dos casos, evitando assim as suas complicações. Para prevenir a infecção contra a hepatite C é importante evitar contato direto com sangue; não compartilhar seringas e agulhas, objetos de uso pessoal como lâminas de barbear, alicates de unhas e escovas de dentes; utilizar material descartável ao realizar tatuagem e colocação de piercing; as gestantes devem realizar testes para detecção da hepatite C, durante o pré-natal e parto para evitar a transmissão vertical (transmissão de mãe para filho); uso do preservativo em todas as relações.

Mais informações sobre as hepatites virais estão disponíveis neste site.

(Agência Minas)

Redação


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