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Depois, não adianta chorar

Redação11 de novembro de 20239min0
por Celso Ciampi

Antes de começar, vou explicar o título desse meu artigo. Ele me veio na cabeça quando comecei a escrever esse texto, não sei bem por que, mesmo assim eu deixei como estava. Para pensar um pouco sobre o assunto resolvi fazer essa explicação, que na verdade não vai explicar nada. É que se depois eu chorar, sei que não vai adiantar nada, pois o texto já estará pronto e tenho que entregar assim mesmo. O tempo urge, o leão ruge e eu estou na mira dele que, faminto, já está lambendo os beiços esperando seu almoço, que não seja eu!

Pois bem, as pessoas tomam algumas atitudes de cabeça quente, das quais se arrependem depois. Pela vontade de “resolver” alguma pendência ou dilema pessoal fazem uma grande besteira, ainda maior do que a anterior, se enrolando um pouco, ou muito mais, na esperança de que alguém a ajude a desenrolar o que já era de difícil solução. O problema é que essa atitude intempestiva, por vezes, é irreversível, ou para conseguir revertê-la é necessário passar por uma saga inglória e desanimadora.

Tomar decisões de cabeça quente faz qualquer um conhecer o fundo do buraco, literalmente. Pense bem nas vezes que você tomou alguma decisão dessa forma, quem nunca? Na maior parte das vezes, o que ainda tinha uma solução no horizonte, mesmo que complicada, torna-se um caso quase sem solução, que envolve muito mais trabalho, tempo e dinheiro para ser solucionado.

Outro dia eu vi na televisão o caso de uma mulher que ao sair do salão de beleza esbarrou no carro de outra pessoa, até aí tudo normal, esbarrar no carro que está estacionado ao lado pode acontecer com qualquer um, a solução pode ser prática e barata, por vezes um polimento ou um pouco de tinta e tudo está resolvido, numa boa e gastando pouco dinheiro. Mas no caso aqui relatado aconteceu tudo da pior forma possível por conta de, digamos, cabeça quente. Um simples esbarrão no outro carro virou um indiciamento por lesão corporal, tentativa de homicídio e danos ainda maiores ao carro que só arranhou no primeiro esbarrão e a um outro carro que não tinha nada com a história. Uma coisa que se resolveria com uma ida ao lanterneiro, se tornou um caos de polícia, e sei lá quantos outros desdobramentos depois. Cabeça quente!

Está difícil manter a calma nos dias de hoje, são tantos problemas, guerras, desemprego, inflação, pandemia, excesso de informação, informação errada e mais um tanto de coisas atrapalhadas, que a calma passa a ser meio como uma utopia. Mas antes pensar duas, três ou dez vezes antes de fazer bobagem do que fazer uma das grandes e depois sofrer com suas maiores consequências.

Todos nós temos problemas, maiores e menores, cada um dá o tamanho que quer a seus problemas, uma unha encravada para um pode ser o fim do mundo e para outro o fim do mundo pode ser a solução de seus problemas. Sendo que a solução é permanecer firme e pensando friamente em como encontrar a melhor solução, que sempre há, a não ser que você concorra diretamente para que tudo piore tomando medidas que que levem a esse ponto.

Posso estar sendo meio confuso, mas espero que você, leitor, esteja entendo um pouco, pelo menos. Eu ainda não encontrei a explicação para este texto e estou fazendo de tudo para não deixar a solução pior do que quando comecei, se é que deveria ter começado, mas já que resolvi encarar, então que eu mantenha minha calma e a cabeça fria para dar bom termo a esse assunto espinhoso, no qual me meti só porque decidi não mudar o título, que poderia ser sobre qualquer outro assunto, mas foi esse que me veio à cabeça. Chega de te enrolar! Tenho que desenvolver esse assunto. Não fique bravo e, de cabeça quente, resolva parar de ler o meu texto, peço encarecidamente que você chegue ao final dele, isso é importante para mim. Prometo que vou desenvolver bem daqui até lá.

A cabeça quente não é boa conselheira, é melhor deixar uma decisão para outro momento do que decidir no calor do momento de fervura e fazer besteira ainda maior. Todo problema foi fruto de um processo, começou pequeno, foi ignorado, cresceu mais um pouco, continuou sendo ignorado, cresceu, cresceu, até que virou um monstro enorme e comedor de tudo o que está em sua volta, inclusive de cérebros. Então, nesse momento, na hora de ser engolido pelo monstro criado com carinho e atenção desde o nascimento, no desespero de ver tudo desabar lentamente, a pessoa toma aquela decisão que implode tudo de uma vez só, assim pode culpar todo mundo, se fazer de vítima das circunstâncias e ainda sair como coitadinho. Um desastre!

A vida é longa para algumas coisas e breve para outras, quando a gente tenta agir sempre motivado pela razão, pelo menos eu percebo isso, ela passa a ser longa, você tem tempo de pensar, escolher o melhor caminho e tomar as melhores decisões, sem ser atropelado pelas tragédias anunciadas, pois todas elas o são, pelo menos as da vida, sim, vemos que a coisa pode, e vai, desandar em algum momento, causar danos mais profundos e aí a vida passa a ser curta, pois tudo começa a ser para ontem, não tem tempo porque ele passa a correr demais, nada mais pode ser digerido e pensado com calma, tudo exige ação rápida. É como uma goteira que começa bem pequena e nos primeiros dias apenas colocamos o balde para recolher o pouco de água que pinga leve quando chove, na outra chuva ela vai estar maior, pois a telha vai continuar quebrando e vai quebrar outras telhas que estão próximas, e depois será ainda maior e um balde apenas não dá conta, nesse estágio será necessário não apenas trocar uma telha ou duas, mas o telhado todo.

Então, cuide de sua cabeça com carinho, saiba o tempo todo que problemas acontecem, você querendo ou não, esteja preparado para eles e pense bem antes de apertar o botão de autodestruição, você pode pôr fim a um sonho, a uma vida de lutas, a suas vitórias conseguidas a muito custo e trabalho e não ter mais tempo de se recuperar. Pense antes de agir, seja sensato. Depois, não adianta chorar! Deu certo, ou posso chorar?

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