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Especialistas explicam o que está por trás do uso excessivo de maquiagem

Redação5 de dezembro de 20238min0
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Revelação feita por Sandy no final de novembro reacendeu o debate sobre as pressões estéticas sofridas, principalmente, por mulheres

No último dia 27, Sandy fez uma revelação que pegou muita gente de surpresa: ela não se considera bonita sem maquiagem. A confissão foi feita durante um bate-papo com Angélica e outras famosas. Na conversa, a artista também admitiu que não se sente à vontade em se mostrar “nua e crua”. “Vejo vocês postando foto sem filtro. Eu não consigo. Eu não me sinto à vontade com que as pessoas me vejam nua e crua. Eu não ando sem maquiagem. Eu não me acho bonita e não me sinto confortável”, disse. Sandy afirmou, ainda, que acredita que essa situação aconteça por costume. “Acho que é porque eu cresci assim, me vendo maquiada, me vendo arrumada. Para mim, é muito normal, minha cara é aquela. A minha cara é essa que as pessoas veem pronta. Eu estou desacostumada à minha cara normal, lavada”, justificou a artista.

Embora a cantora tenha dado uma explicação para a sua relação com a maquiagem, as afirmações feitas por Sandy reacenderam o debate sobre a pressão estética, exigência que ganha ainda mais proporção quando é direcionada àqueles que estão sob os holofotes, principalmente às mulheres. “Com as pessoas famosas, existe certa cobrança de como elas deveriam ou não proceder. O que a cantora diz é um reflexo disso”, observa a psicóloga Renata Borja. “Se uma celebridade engorda um pouco, todo mundo vai nas redes sociais e diz que ela engordou, emagreceu, dizem que está demais e que ela ficou horrorosa. O que acontece é que as pessoas que estão expostas, de forma geral, também acabam se cobrando mais”, pontua.

Especialista em terapia cognitivo-comportamental, ela ressalta, porém, que esse tipo de comportamento não é exclusivo das celebridades ou daqueles que estão sob o escrutínio das redes sociais. “Mesmo uma pessoa que não tem uma exposição pode criar essa crença de que ela precisa estar sempre bonita para agradar, para ser vista, para ser amada e para uma série de outras coisas”, afirma. Segundo a psicóloga, essas questões estão diretamente relacionadas à forma como as pessoas se entendem e pensam sobre si mesmas. “Pode existir um medo de que, caso elas se mostrem como são, as pessoas deixem de gostar dela”, complementa.

Diante dessas inseguranças, o uso da maquiagem deixa de ser apenas uma questão de vaidade e pode se transformar em uma obrigação. Nesse caso, é preciso ter atenção. “Arrumar-se não é um problema. Em dias em que estamos com a energia ruim, pode ser até uma estratégia necessária. O problema está quando eu me obrigo a estar sempre arrumada, quando isso vem de uma insegurança com a qual eu não consigo lidar”, analisa.

Professora do curso de psicologia da Una, a psicóloga e psicanalista Camila Fardin explica que essa dependência da maquiagem pode esconder sofrimentos mentais. A necessidade de aprovação do outro pela imagem e uma necessidade de apagar as imperfeições, entendidas por essas pessoas como algo feio, também são outras questões problemáticas que são “maquiadas” pelo uso excessivo de cosméticos. “Podemos ainda ter casos de saúde mental de jovens em isolamento porque os outros nunca os viram sem maquiagem ou sem filtros nas redes sociais. Nesse cenário, há um medo de rejeição. Além disso, transtornos de ansiedade, transtornos alimentares e a depressão também podem estar presentes em graus mais baixos ou mais elevados. Se uma pessoa está se sentindo dependente do que ela transmite na sua imagem facial e corporal, isso já deve acender um alerta para ela mesma”, afirma.

Uso exagerado faz mal para pele e para o corpo

Embora várias questões psíquicas possam estar por trás do uso excessivo de maquiagem, abusar desses produtos pode causar diversos danos à pele e afetar  o corpo de forma sistêmica. “As blogueiras costumam fazer vídeos mostrando maquiagens feitas com inúmeras camadas. Para um evento, isso pode ser legal, mas no dia a dia não é recomendável, porque vai entupir os poros e pode fazer com que a acne piore”, explica a dermatologista Gisele Basso.

Ela acrescenta ainda que a aplicação de diferentes produtos na pele pode trazer riscos pela própria interação de diferentes componentes químicos. “Quanto mais mistura a gente faz, pior. Muitas vezes as meninas partem de um pensamento de que a maquiagem funciona como a pintura de uma parede, que deve ser passada uma camada, um reboco inicial, a massa corrida e depois a tinta, para dar esse efeito liso, mas se esquecem de olhar a composição de cada um dos produtos”, observa.

Segundo ela, os próprios componentes de cremes ou maquiagens precisam ser avaliados, já que é possível que resíduos metálicos também estejam presentes. Ficar tempo demais com os produtos e deixar de lado a limpeza adequada também é um risco. “A pele é semipermeável, ou seja, ela permite que algumas coisas entrem. Se a gente usa um creme e isso permanece por muito tempo em contato com a nossa pele, essa penetração pode chegar até a corrente sanguínea e causar não só uma irritação, mas também trazer outros sintomas em outras regiões do corpo”.

A dermatologista pontua ainda que existe mais um risco ligado ao uso constante e descomedido da maquiagem: a alopecia frontal fibrosante. “Esse é um problema em que os fios de cabelo vão se retraindo e acontece pelo uso excessivo de cremes e cosméticos. Não temos ainda isso de forma super esclarecida pela medicina, mas as investigações correm para esse caminho de pensar que essa questão está relacionada à oclusão dos poros causadas por esses produtos”, explica.

A orientação de Gisele é que, pelo menos na maquiagem do dia a dia, as camadas sejam diminuídas. Vale também optar por protetores solares que tenham cor, já que, neste caso, o produto cumprirá a função de dois em apenas uma aplicação. Maquiagens mais leves e menos espessas também são uma recomendação da médica.

Fonte: O Tempo

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