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Faemg reavaliará ajuda a produtores rurais na segunda quinzena de janeiro; entenda

Redação9 de janeiro de 202411min0
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Presidente Antônio de Salvo elogiou rapidez de ‘medidas emergenciais’ do governo, mas disse que elas não resolvem o problema

O registro de chuva nos últimos dias e as medidas emergenciais adotadas pelo governo de Minas para auxiliar os municípios afetados pela seca no Norte e Noroeste do estado e Vales do Mucuri e Jequitinhonha ainda não foram suficientes para resolver o problema, mas trouxeram um alento à situação dos produtores rurais, impactados pela escassez hídrica, provocada pelo fenômeno El Niño. A avaliação é do presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio Pitangui de Salvo. “Essas medidas emergenciais, tomadas com muita agilidade, apesar de não serem ainda suficientes, atenuam a situação de grande parte dos produtores rurais e de várias cidades que estão sem água. Agora, o que precisa ser feito, além de rezar para chover, é monitorar isso”, disse de Salvo.

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Presidente da Federação da Agricultura, Antônio de Salvo

Divulgação Faemg

O presidente informou que, logo após a primeira quinzena de janeiro, o Sistema Faemg/Senar e todos os envolvidos (sindicatos rurais e escritórios regionais do Senar) farão nova avaliação da situação para verificar a necessidade de que sejam tomadas outras medidas para salvaguardar “não só os produtores rurais, mas toda a população do Centro Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri, que tem passado por momentos de muita dificuldade”.

Impactos e medidas

Em função do baixo volume de precipitações, Minas tem, atualmente, 170 municípios que decretaram Situação de Emergência, conforme a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. A seca afeta, de acordo com um levantamento da Emater-MG, cerca de 326 mil produtores rurais. Na última semana, o governo de Minas suspendeu por 90 dias a cobrança de ICMS para movimentação de gado bovino nos municípios mineiros afetados pela seca. A mudança vai beneficiar parte dos produtores impactados pela estiagem no estado. A partir da suspensão da cobrança do ICMS, os pecuaristas que vivem em cidades atendidas pelo Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) e que decretaram emergência por causa da seca poderão levar seu rebanho para a Bahia e o Espírito Santo, sem cobrança de imposto, se houver o retorno à Minas em até 180 dias. Esta é uma prática comum entre os pecuaristas dessas regiões na busca por melhores condições de pastagem e plantio em períodos de seca. “O governo abriu mão desse ICMS para favorecer as vendas dos animais para outras regiões para que não morram de sede e de fome nas regiões afetadas. Esse é um efeito imediato que atenua um pouco as vendas”, ressaltou.

Banco do Brasil prorrogou prazo para pagamentos

O estado também negociou, com o Banco do Brasil, a prorrogação, em um ano, da dívida de produtores instalados em municípios com decreto de emergência. A medida é válida para débitos de até R$ 200 mil e já está em vigor. O banco também flexibilizou laudos técnicos para os pedidos de prorrogação feitos pelos afetados. O produtor deverá buscar informações na agência de relacionamento e formalizar a solicitação. Por orientação da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a instituição financeira deverá criar uma linha de crédito específica destinada a atender os produtores mineiros afetados pela seca. Prioritariamente, o crédito extra deverá atender à agricultura familiar, e ser destinada para a aquisição de ração, alimentos e a recuperação das áreas de plantio e pastagens. “Repito, são medidas emergenciais que já foram tomadas com agilidade, tanto a renegociação das dívidas, como as medidas para o futuro, a liberação de pequenas barragens, bem como também a isenção do ICMS nesse momento crítico. Agora, as faltas d’águas, essas situações pontuais, temos que ver se irão normalizar ou se o cenário vai continuar crítico. Vamos esperar esses primeiros 15 dias de janeiro porque temos tido informações que tem chovido nessas regiões agora. Vamos esperar um pouquinho para a gente ver qual é o segundo ponto, a segunda leva de socorro que nós temos que fazer”, complementou o presidente.

O que agravou a situação?

Apesar de as regiões afetadas pela seca já serem conhecidas historicamente pelo baixo volume pluviométrico, em 2023 o avanço do El Niño impactou diretamente no registro de chuvas. O presidente Antônio de Salvo lembrou que o fim do período chuvoso foi antecipado no Norte do Estado e em alguns municípios dos Vales do Mucuri, Jequitinhonha e Nordeste mineiro, prolongando o período de escassez hídrica.

“O segundo ponto é que novembro e dezembro, que são os meses mais importantes de chuva no Norte de Minas, um período em que deveríamos ter chuvas abundantes, mesmo nos municípios mais secos, essas chuvas não aconteceram. Algumas regiões estão com baixíssimos regimes pluviométricos. Então isso, em cima da seca que se iniciou lá no mês de março, abril, fez com que o problema se agravasse ainda mais”, reforçou Antônio.

Emater-MG fez estudo sobre volumoso disponível

Estudo feito pela Emater e publicado em 20 de dezembro identificou que, dentre os 326 mil produtores afetados pela seca, em 56,4% das propriedades, o estoque de volumoso para alimentar o gado (cana, silagem e capineira) estava esgotado e 27,8% têm quantidade suficiente somente até o final desta semana. Apenas 15,8% das propriedades pesquisadas possuem alimentação suficiente para o gado para o período de 30 dias.

Mais de 90% das lavouras deixaram de ser irrigadas

Conforme o levantamento, o abastecimento de água está comprometido em 78,4% das propriedades rurais, prejudicando o consumo de pessoas e dos rebanhos. Segundo a Emater-MG, a área de grãos perdida soma 92 mil hectares, principalmente de milho, feijão e soja. A estimativa é que 91,3% das lavouras deixaram de ser irrigadas e que 71% do que já foi semeado deverão ser replantados, caso haja chuva suficiente nas próximas semanas.Os números mostram ainda que a produção de alimento para os animais em 2024 está comprometida em 95,9% das propriedades. Além disso, a oferta de pastagem para o rebanho no próximo ano é insuficiente para atender às necessidades dos animais em 85,9% dos estabelecimentos.

(*) Com informações do Sistema Faemg

Fonte: Itatiaia

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