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Minas Gerais tem 15 atropelamentos por dia; celular e mototáxi aumentam risco

Redação23 de janeiro de 202410min0
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Só em Belo Horizonte, três morreram em um período de três dias

Duas adolescentes e uma mulher morreram atropeladas em um período de três dias, da quarta-feira (17 de janeiro) à sexta (19 de janeiro), em Belo Horizonte. As perdas, além de causarem comoção, acenderam um alerta para o problema da segurança no trânsito na capital e em toda Minas Gerais. Segundo dados do Observatório da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 15 pessoas são atropeladas por dia em todo o Estado. Em BH, a média é de três atropelamentos diários. De acordo com especialistas, a imprudência no trânsito, o abuso do uso de celular e o aumento do serviço de mototáxi tem provocado alta dos casos.

O levantamento da Sejusp indica que, há três anos, o número de atropelamentos em Minas Gerais vem crescendo em escalada. Em 2020, 4.709 pessoas foram atropeladas no Estado – 13 por dia. Já em 2023, foram 5.392 vítimas – 15 por dia, o que representa um aumento de 15%.  O cenário se reflete na capital: de 2022 a 2023, o número de atropelamentos saltou de 1.039 a 1.252, um aumento de 21%. “Nós relacionamos esse número muito à imprudência, e tanto o lado do pedestre quanto do condutor tem sua responsabilidade. O pedestre que não procura atravessar no local adequado e seguro está colocando sua vida em risco”, alerta o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, órgão que atende às ocorrências no trânsito.

Na sexta-feira (19 de janeiro), as adolescentes de 15 e 16 anos que perderam a vida em um atropelamento no Anel Rodoviário, na altura do bairro Dom Silvério, na região Noroeste de Belo Horizonte, estavam a cerca de 250 metros de uma passarela. Para o médico de tráfego e diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, o pedestre precisa sempre agir ciente que o comportamento dos veículos pode surpreender. “O certo é que os condutores cuidem dos pedestres, mas nem sempre isso acontece. As pessoas precisam desconfiar, porque se o condutor estiver acima do limite de velocidade, estiver dividindo a atenção entre trânsito e celular, avançar o sinal, por exemplo, pode causar acidentes mais graves”, aconselha.

O especialista cita três inimigos da segurança no trânsito: a imprudência, a impaciência e a desatenção. “As mortes no trânsito são resultado, normalmente, dessas três coisas. Não atravessar na faixa, não esperar o sinal ficar livre, atravessar desatento, com fones, sem ouvir o barulho da rua, tudo isso é perigoso. Nós estamos observando essa manutenção da vulnerabilidade dos pedestres”, avalia.

Anel Rodoviário e Amazonas lideram ranking de acidentes

Na quarta-feira (17 de janeiro), uma idosa, de 65, morreu atropelada por um ônibus metropolitano da linha 301C (Terminal Ibirité/Belo Horizonte) na avenida Amazonas, na altura do bairro Prado, região Oeste de BH. Não por coincidência, tanto a avenida Amazonas quanto o Anel Rodoviário, onde morreram as adolescentes, foram as vias do Estado que registraram maior número de acidentes envolvendo pedestres no período de janeiro a julho de 2023.

O Observatório da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), publicado pela última vez em setembro do ano passado, indicou que as duas pistas tiveram 37 pedestres como vítimas de acidentes só no primeiro semestre do ano passado. O número é o maior entre as 16 mil vias analisadas em Minas Gerais. Para se ter ideia, em segundo lugar está a avenida Afonso Pena, com 30 vítimas, seguida pela Antônio Carlos, com 27 vítimas.

“No caso do Anel Rodoviário, cabe às autoridades a sensibilidade de perceber ali uma necessidade de expansão demográfica por questões habitacionais. Onde há maior fluxo de pedestres, tem que se investir em travessia segura, passarela e sinalização. Em algumas áreas, houve crescimento de árvores e mato, o que está dificultando a visualização das placas de sinalização”, analisa o médico de tráfego Coimbra. A reportagem questionou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Polícia Militar sobre as medidas de segurança na via e aguarda retorno.

Confira ranking completo, segundo a Sejusp: 

  1. Anel Rodoviário (BH – com 37 vítimas),
  2. Avenida Amazonas (BH – com 37 vítimas),
  3. Avenida Afonso Pena (BH – com 30 vítimas),
  4. Avenida Antônio Carlos (BH – com 27 vítimas),
  5. Avenida Andradas (BH – com 27 vítimas);
  6. Avenida Cristiano Machado (BH – com 25 vítimas);
  7. Avenida do Contorno (BH – com 20 vítimas);
  8. Avenida Padre Pedro Pinto (BH – com 16 vítimas);
  9. Avenida Barão do Rio Branco (Juiz de Fora – com 16 vítimas);
  10. Avenida João César de Oliveira (Contagem – com 14 vítimas).

Velhos e novos problemas no trânsito: celulares e mototáxis

O tenente Henrique Barcellos, do Corpo de Bombeiros, sinaliza dois fatores comuns em acidentes de trânsito com vítimas: o abuso do uso de celular, tanto por condutor quanto por pedestre, e o aumento da circulação de motocicletas. “Infelizmente, os atropelamentos continuam muito relacionados ao uso de celular. Para se ter ideia, nós fizemos um estudo que indicou que, em um veículo a 70 km/h, o que nem é uma velocidade tão alta, se o condutor usar o celular por 2 segundos e meio, ele perde 50 metros de informação. É um tempo mínimo, mas que é importante para desviar o veículo e evitar um atropelamento”, alerta.

Sobre as motocicletas, o tenente analisa um aumento dos veículos devido ao serviço de carona por aplicativo. Depois dos pedestres, os motociclistas são os mais vulneráveis no trânsito. “É interessante o quanto o número de motos tem crescido no tráfego da capital e em todo o Estado. Estamos atendendo muito mais casos de atropelamentos de ou por motocicletas. Eles carregam mochilas para entregas de lanches e se aventuram com o uso do celular”, diz.

De fato, segundo o especialista Alysson Coimbra, o problema é cada vez maior à medida que aumentam as distrações. “É a falta de atenção ao conduzir. O celular causa distração visual, ao invés de olhar para o trânsito, a pessoa está focada na tela. E não dirigir com as duas mãos no volante é um agravante. No caso dos motociclistas, isso é ainda mais decisivo. Como eles estão mais vulneráveis, se tiram uma mão do guidão para manipular o celular, já estão assumindo alto risco”.

Números

REGISTROS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO COM VÍTIMA – TIPO DE ACIDENTE ATROPELAMENTO DE PESSOA – MINAS GERAIS 

2020: 4.709
2021: 4.901
2022: 5.294
2023: 5.392

REGISTROS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO COM VÍTIMA – TIPO DE ACIDENTE ATROPELAMENTO DE PESSOA – BELO HORIZONTE 

2020: 1.039
2021: 1.045
2022: 1.197
2023: 1.252

Fonte: Observatório de Segurança Pública/Reds/Sejusp MG  / O Tempo

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