Vacina que protege bebês contra bronquiolite chega ao Brasil; veja quanto pode custar
Já está disponível nas clínicas e centros privados de vacinação do Brasil o novo imunizante que protege o bebê, ainda no ventre materno, contra o vírus sincicial respiratório (VSR) – principal responsável por infecções respiratórias graves em crianças pequenas, como a bronquiolite. Abrysvo, da Pfizer, é aplicada em mulheres grávidas em dose única entre as semanas 24 e 36 da gestação, como forma de proteger os bebês até 6 meses de idade. A vacina também é indicada para os idosos a partir de 60 anos.
A farmacêutica afirma que solicitou à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), em julho deste ano, a inclusão de Abrysvo no Programa Nacional de Imunizações (PNI), para aplicação nos postos de saúde. “Neste momento, esse pedido está sob análise do Ministério da Saúde.” No site do laboratório Hermes Pardini, o imunizante custa R$ 1.727,10. Já no Grupo Fleury, em Minas, a dose tem preço de R$ 1.818. No laboratório São Marcos, a vacina sai a R$ 1.675.
O imunizante Abrysvo oferece proteção de 82% a bebês de até três meses de idade contra infecções graves. A proteção cai para 69% entre três e seis meses de idade, nível que ainda é considerado bom para impedir a infecção com hospitalização. “Quando a mãe recebe a vacina, os anticorpos produzidos por ela atravessam a placenta, fortalecendo o organismo do bebê, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento”, afirma a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.
Aprovada no Brasil em abril deste ano, Abrysvo também está licenciada nos Estados Unidos e na Europa, tanto para gestantes quanto para idosos, bem como em outros países e regiões. Na Argentina, por exemplo, a vacinação de mulheres grávidas com o imunizante desenvolvido pela Pfizer foi iniciada em março deste ano, nas redes pública e privada, cobrindo até o momento cerca de 57% da população de gestantes elegíveis.
O VSR
Conforme a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), quase todas as crianças são infectadas com VSR pelo menos uma vez até os dois anos de idade. As recorrências em outros momentos da vida são comuns, uma vez que a infecção não proporciona imunidade completa. Em idosos, o vírus ainda pode piorar ou descompensar doenças crônicas pré-existentes.
Nas crianças menores de 2 anos de idade, o VSR chega a ser responsável por até 40% das pneumonias e 75% dos quadros de bronquiolite – uma inflamação aguda das ramificações que conduzem o ar para dentro dos pulmões, podendo causar quadros graves, que demandam internação. Globalmente, infecções por VSR também constituem uma das principais causas de morte em bebês.
O vírus é transmitido pelas secreções do nariz ou da boca da pessoa infectada, por contato direto ou por gotículas. A transmissão começa dois dias antes de aparecerem os sintomas e só termina quando a infecção está completamente controlada. O período de maior contágio é nos primeiros dias da infecção. A incubação varia de dois a oito dias (em média quatro a seis dias).
Tratamento
Não há tratamento específico para o VSR. Diante de um quadro grave, é imprescindível a hospitalização para oxigenoterapia e outras medidas de suporte. Pode ser necessário o uso de respiradores mecânicos, em ambiente de UTI.
A maioria dos pacientes inicia a recuperação em cerca de sete dias e se restabelece totalmente. Entretanto, crianças podem desenvolver alterações respiratórias crônicas e tornam-se mais propensas à asma no futuro. Entre adultos a partir de 60 anos, a recuperação é mais lenta e pode trazer, além de maior risco para eventos cardiovasculares, importante e progressiva perda da qualidade de vida. Quanto mais avançada a idade, maior é a vulnerabilidade.
Fonte: O Tempo