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Pagar dívidas, guardar ou gastar? Veja dicas de como usar o 13º salário

Redação29 de novembro de 202412min0
Dinheiro
Gratificação injeta R$ 321,4 bilhões na economia do país, diz Dieese

Mais de 90 milhões de trabalhadores com carteira assinada – inclusive empregados domésticos, aposentados e pensionistas da Previdência Social da União, estados e municípios – devem receber nesta sexta-feira (29) o 13º salário. A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em média, o pagamento extra será de R$ 3.096,78, o que resultará em um acréscimo de R$ 321,4 bilhões na economia brasileira, equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

E o que fazer com o 13º salário?

A economista Cecília Perini, líder regional da XP Investimentos em Minas no Espírito Santo, afirma que o importante é ter uma visão global dos compromissos mensais. Ela dá algumas dicas.

“Ter uma visão completa do seu orçamento é fundamental para tomar as melhores decisões e quando fazemos essa análise com calma e antecedência, sem o calor da emoção, ela, com certeza será mais assertiva. Então, o ideal é já começar agora!”, sugere a economista.

Segundo ela, é preciso fazer uma lista das despesas neste fim de ano, como, por exemplo, presentes, roupas, confraternizações, viagens. “Também considere as despesas fixas do início do ano, como pagamento de impostos, material escolar, matrícula, férias, entre outros. É muito importante ter esse olhar voltado para o futuro para não se “iludir” com o cenário de incremento da renda e se perder com as compras parceladas, que ficarão para os meses seguintes. Em seguida, determine quanto você pode gastar, além das despesas já assumidas com cada um desses itens e deixe isso registrado e a vista para seu acompanhamento”, orienta Cecília.

Para quem está com as contas controladas e tem planos maiores para esse valor extra, a indicação da economista é a busca de uma orientação profissional sobre a aplicação do recurso. “O assessor de investimentos poderá te ajudar a organizar melhor seu fluxo, de acordo com suas metas, perfis e objetivos, para você tomar essa decisão com maior assertividade”, sugere. Cecília destaca que quem deseja aplicar o 13º salário na formação de uma reserva de emergência, deve buscar por investimentos mais conservadores, com baixo risco e com liquidez diária, como CDBs, Tesouro Direto, Selic e Fundos de Renda Fixa.

Veja outras dicas financeiras de como usar o 13º salário

Quitação de dívidas
Os devedores devem priorizar as maiores dívidas, com juros mais altos, sobretudo contas atrasadas, como as de cartão de crédito, crediário e cheque especial. Pelo Conselho Federal de Economia (CFE), a conselheira Ana Cláudia Arruda observa que o endividamento também pode ter impactos psicológicos. “Livrar-se de dívidas é algo fundamental para a saúde psíquica e financeira das pessoas.”

Negociação com credores
O devedor pode tentar obter descontos ou condições mais favoráveis para o pagamento do débito, se não tiver condições de quitá-lo. “A entrada desse recurso pode ser muito bem-vinda para facilitar na renegociação e, muitas vezes, na extinção de várias dívidas e compromissos financeiros que essas pessoas têm para começar 2025 com uma renda menos comprometida com empréstimos e com dívidas financeiras”, recomenda a supervisora técnica do Dieese, Mariel Angeli Lopes.

Reserva financeira de emergência
O dinheiro guardado pode ajudar, sem a necessidade de endividamento, a lidar com gastos inesperados. Emergências como problemas de saúde próprios ou de familiares, perda de emprego, reparos na residência ou imprevistos no automóvel podem ocorrer.

A reserva de emergência deve ser feita em ativo seguro (baixo risco de perda do capital investido) e com liquidez, que garanta resgate imediato, em caso de necessidade.  

A Serasa recomenda que a reserva seja equivalente a três a seis meses de despesas mensais. “Isso pode variar dependendo da situação financeira pessoal e profissional da pessoa. Um autônomo, por exemplo, deve ter uma reserva mais robusta”.

Gerenciamento de gastos no início do ano
O abono de Natal pode servir para pagar contas adicionais que costumam vencer no início do ano e, assim, evitar aperto financeiro. Entre as despesas mais comuns estão a compra do material escolar, a contratação de serviços educacionais e pagamento de tributos como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

Planejamento de compras
Fazer uma lista de itens que precisa adquirir, estabelecer um orçamento, pesquisar preços e fornecedores antes de fazer a compra, estabelecer um valor máximo a ser gasto. Se decidir pela aquisição, comprar com antecedência em relação às datas comemorativas do comércio que incentivam o consumismo e evitar parcelamentos da dívida, que em geral, têm juros embutidos.

Descontos
Pedir descontos em produtos e serviços, aproveitar promoções e trocar serviços mais em conta podem fazer a diferença no orçamento.

Novas dívidas
Mesmo com a folga no orçamento dada pela remuneração suplementar, evitar novas dívidas e comprar por impulso para não comprometer o planejamento financeiro com o que não é essencial. Evitar gastos excessivos, sobretudo em tempos de compras de Natal.

Prazos de pagamento
Liquidar toda a dívida de uma só vez pode ser uma boa forma de evitar juros, desde que não se comprometa a quitação das demais despesas. E muitas lojas oferecem descontos significativos para pagamento à vista. Em caso de compras parceladas, o consumidor deve ficar atento ao acúmulo de cotas para não envolver uma parte significativa da renda mensal, aumentando o risco de endividamento.

Investimentos
Ana Cláudia Arruda recomenda economizar e separar um pouco do recurso extra para uma aplicação financeira. O dinheiro poderá expandir patrimônio e garantir recursos para futuros objetivos, como comprar um imóvel, garantir a aposentadoria, custear uma especialização ou fazer uma viagem. Os investimentos podem ser diversificados. A distribuição do dinheiro em diferentes tipos de investimentos pode gerar mais rentabilidade e reduzir riscos.

Avaliação da situação financeira
Muitos gastos merecem atenção porque drenam o orçamento sem a percepção real pelo dono do dinheiro. A mudança de chave vinda do planejamento pode significar economia, por exemplo, com o cancelamento de contratos abusivos, revisão de taxa de anuidade de cartão de crédito, acompanhamento do consumo de serviços de telefonia, energia elétrica e fornecimento de água, eliminação de serviços não usados, como cursos, streaming, academia não frequentada.

Falar com quem entende
O recurso extra que chega no fim do ano pode melhorar as contas pessoais e até gerar mais dinheiro. Se precisar de ajuda para organizar as finanças, a pessoa que recebe o bônus de fim de ano pode procurar um consultor financeiro. O profissional pode analisar a situação financeira atual, definir metas, identificar o perfil de investidor (conservador, moderado ou arrojado) e dar informações que possam contribuir na tomada de decisões conscientes sobre o dinheiro extra.

* Com informações da Agência Brasil

Fonte: Hoje em Dia

Redação


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