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Municípios produtores de café passam a liderar as exportações de Minas Gerais

Redação16 de junho de 20255min0
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Em Minas Gerais, mudança de perfil dos principais municípios exportadores está relacionada ao preço do grão e à demanda por minério de ferro

Historicamente, os municípios mineradores lideravam as exportações de Minas Gerais, porém, neste ano, os cafeeiros tomaram a dianteira. A mudança de perfil dos principais exportadores está relacionada ao preço do café e à demanda por minério.

Entre janeiro e maio, Varginha, localizada no Sul do Estado, teve uma receita de US$ 1,4 bilhão com embarques, a maior entre todas as cidades. O café respondeu por quase 98% desse total. A commodity agrícolafoi enviada, principalmente, para a Alemanha, Estados Unidos, Japão e Itália. Os números constam em uma plataforma da Fundação João Pinheiro (FJP), que reune dados do comércio exterior do Brasil, divulgados pelo governo federal.

Na segunda posição do ranking mineiro ficou Guaxupé, outro município cafeeiro da região Sul. As exportações somaram US$ 1 bilhão em valor, dos quais 99,8% vieram do café. As vendas foram, sobretudo, para os mercados norte-americano, alemão, italiano e turco.

Conforme explica a analista de Negócios Internacionais do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Verônica Winter, o preço do café está em alta em razão de uma escassez global da oferta, motivada por questões climáticas. Esse fator impulsionou os resultados das cidades cafeeiras.

A especialista ressalta que, em contrapartida, a China, principal parceira comercial de Minas Gerais, reduziu a demanda por minério de ferro devido a problemas internos. Com isso, os municípios que produzem a commodity mineral no Estado, que geralmente ocupam as primeiras colocações da lista de maiores exportadores, foram afetados.

Para efeitos de comparação, nos últimos cinco anos, municípios produtores de minério de ferro estiveram no topo. A ferramenta da FJP, que contempla dados de 2020 adiante,  mostra que Conceição do Mato Dentro, na região Central, e Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), lideraram o ranking duas vezes cada. A exceção ocorreu em 2024, quando Araxá, impulsionada por vendas de ferro-ligas, liderou.

Na avaliação de Verônica Winter, as duas primeiras posições do ranking, atualmente, não devem ser alteradas até o fim deste ano. “A tendência é que Varginha e Guaxupé se mantenham na liderança, porque as projeções de estabilização dos preços do café são apenas para 2026. Além disso, não há previsão de retomada da demanda da China por minério de ferro. Eles estão enfrentando uma queda na área da construção civil”, afirma.

Em 2024, pela primeira vez, o agronegócio liderou os embarques do Estado

A mudança de perfil dos principais municípios exportadores de Minas Gerais em 2025 acontece logo após o agronegócio desbancar a mineração, pela primeira vez na história, e liderar os embarques do Estado em 2024. As exportações do agro alcançaram o valor recorde de US$ 17,1 bilhões, enquanto o setor mineral teve receita de US$ 15,7 bilhões.

O bom desempenho do café, com crescimento no valor exportado de 41,2% em relação a 2023, foi fundamental para o feito do agronegócio mineiro. Por outro lado, as vendas de minério de ferro recuaram 3,2%, impactando o total exportado pela atividade mineral.

No acumulado deste ano, os produtos seguem a mesma trajetória. A receita dos embarques da commodity agrícola cresceu 67,1%, ao passo que a da commodity mineral caiu 28,5%.

Foto: Divulgação Marcus Vinicius Oliveira

Fonte: Diário do Comércio

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