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Rombo nas contas públicas sobe 77% em agosto, para R$ 16,87 bilhões

Julia Toledo28 de setembro de 20185min0
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Números foram divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central. Na parcial do ano, déficit primário somou R$ 34,7 bilhões, menor que os R$ 60,8 bi registrados no mesmo período de 2017.

As contas do setor público consolidado, que englobam governo federal, estados, municípios e empresas estatais, registraram um déficit primário de R$ 16,876 bilhões em agosto, informou o Banco Central nesta sexta-feira (28).

Isso significa que o conjunto das despesas superou a soma das receitas com impostos e contribuições no mês passado. Essa conta, porém, não inclui os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública.

Segundo o BC, o rombo fiscal registrou um crescimento de 77,1% frente ao mesmo período do ano passado, quando somou R$ 9,529 bilhões. Foi o pior resultado, para meses de agosto, desde 2016. Na ocasião, o déficit foi de R$ 22,267 bilhões.

Parcial do ano
Apesar do crescimento em agosto, as contas do setor público consolidado melhoraram em 2018. Na parcial dos oito primeiros deste ano, registraram um déficit primário de R$ 34,700 bilhões.

Com isso, houve queda de 43% no resultado negativo – que somou R$ 60,850 bilhões no mesmo período do ano passado.

Esse resultado, no acumulado até agosto, ajuda o setor público a atingir sua meta fiscal – que é de um rombo de até R$ 161,3 bilhões para o ano de 2018 fechado. Esse valor também não inclui os gastos com juros da dívida.

Após despesas com juros
Quando se incorpora na conta o gasto do governo central com o pagamento dos juros da dívida pública (conhecido no mercado como resultado nominal), as contas públicas registraram um déficit de R$ 76,928 bilhões em agosto.

Em 12 meses até agosto de 2018, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 502,970 bilhões, o equivalente 7,45% do PIB. Esse valor é considerado alto para padrões internacionais e também para economias emergentes.

Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.

O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto dos juros básicos da economia (taxa Selic), fixados pelo Banco Central para conter a inflação. Atualmente, a Selic está em 6,5% ao ano, o índice mais baixo da série histórica.

As despesas com juros nominais somaram R$ 60,052 bilhões em agosto e R$ 418,537 bilhões em doze meses até agosto de 2018 (6,20% do PIB).

Dívidas líquida e bruta
A dívida líquida do setor público (governo, estados, municípios e empresas estatais) recuou de R$ 3,503 trilhões em julho, ou 52,2% do PIB, para R$ 3,459 trilhões em agosto deste ano – o equivalente a 51,2% do PIB.

A dívida líquida considera os ativos do país como, por exemplo, as reservas internacionais – atualmente ao redor de US$ 380 bilhões.

No caso da dívida bruta do setor público, uma das principais formas de comparação internacional e que não considera os ativos dos países, como as reservas cambiais, o endividamento brasileiro passou de 77,2% do PIB (R$ 5,186 trilhões), em julho, para R$ 5,223 trilhões em agosto, ou 77,3% do Produto Interno Bruto.

O Tesouro Nacional observou recentemente que, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida bruta de países emergentes, ou seja, no “mesmo estágio de desenvolvimento” do Brasil, está em cerca de 50% do PIB.

A dívida bruta é um indicador acompanhado atentamente pelas agências de classificação de risco – que conferem notas aos países (o que funciona como uma recomendação, ou não, para investimentos).

Uma tendência crescente da dívida, em um cenário de ausência de reformas, pode gerar a piora na nota brasileira – com recomendação para que investidores estrangeiros retirem recursos do país.

 

Fonte: G1.com.br

Julia Toledo


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