Brasil produziu mais de um milhão de toneladas de frutas em 2023; entenda
A produção de frutas no Brasil vai bem, obrigado. Segundo a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados), a produção cresceu 6% em volume e 26,7% em valor em comparação com 2022, totalizando 1.085 milhão de toneladas produzidas e exportadas para mercados exigentes, como os países árabes.
A região Nordeste se destaca, incluindo a Bahia, que, durante 11 meses de 2023, exportou 170 mil toneladas, o que representa um crescimento de 44% em relação a 2022. Um dos segredos dessa boa produtividade é que, na região onde são cultivadas uvas, mangas, melões e diversas outras frutas, a prática de irrigação atinge 100% das propriedades, sendo predominantemente realizada por meio do sistema de gotejamento.
Aplicação direta na raiz é diferencial
De acordo com o engenheiro agrônomo de uma grande empresa do ramo, Maxwell Soares da Silva, essa tecnologia teve um impacto direto no recorde de produção e exportação das frutas, fornecendo aporte necessário de água, fertilizantes e produtos biológicos que não agridem o meio ambiente. E o fato de terem sido aplicados diretamente no sistema radicular da planta, por meio do gotejamento, aumentou ainda mais a eficiência.
Maxwell explica que com a implementação do sistema de irrigação, os produtores têm uma maior liberdade e opções de manejo:
- podem irrigar em diferentes momentos do dia ou da noite
- aplicar fertilizantes separadamente por talhões ou em toda a área
- realizar a aplicação de biológicos que auxiliam no enraizamento das plantas e no controle de pragas e doenças.“Tudo isso é feito de forma automatizada, com informações armazenadas na nuvem, proporcionando um controle para certificações nos mercados mais exigentes do mundo”, disse o engenheiro.
Utilização de Tensiômetros
A irrigação localizada também possibilita um manejo adequado para cada cultivo e tipo de solo, especialmente em uma região semiárida. Segundo o meteorologista Humberto Barbosa, cientista fundador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foram identificadas regiões áridas com clima desértico no Nordeste em 2023, alertando ainda mais para a utilização consciente da água na região.
Esse manejo é realizado com tensiômetros manuais e digitais, que informam em tempo real sobre a umidade do solo e a necessidade de irrigação. Percebe-se o nível de assertividade que o produtor consegue alcançar com ferramentas como essas, que impactam não apenas no consumo de água, mas também no uso de fertilizantes e energia.
“Com a adoção dessas ferramentas, fazendas no Vale do São Francisco experimentaram um aumento significativo em sua produção, passando de 10 a 15 toneladas por safra no ano para 25 a 30 toneladas, realizando duas colheitas anuais. Essa prática não apenas otimizou o uso de água e fertilizantes, mas também desempenhou um papel crucial no êxito da fruticultura brasileira”, disse Maxwell
Fonte: Itatiaia