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Entenda como o Sul de Minas virou destino-chave para o slow travel no Brasil

Redação27 de maio de 20257min0
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Cidades mineiras ganham atenção de viajantes que buscam descanso, bem-estar e experiências mais autênticas no turismo lento

Em tempos de agendas lotadas, prazos apertados e hiperconexão, um movimento silencioso tem ganhado força entre os viajantes: o slow travel, ou turismo lento. Mais do que uma tendência, é quase uma resposta à velocidade imposta pelo cotidiano.

A proposta é simples: viajar com calma, ficando mais tempo em cada destino, priorizando conexões humanas e experiências locais, e abrindo espaço para o descanso verdadeiro.

Esse novo jeito de conhecer o mundo encontra terreno fértil no sul de Minas Gerais. Conhecida por suas montanhas, seu clima ameno e sua forte cultura regional, a região vem sendo redescoberta por turistas que buscam não apenas visitar, mas viver os lugares. São cidades pequenas, com ritmo próprio, em que o tempo parece passar diferente – e é justamente isso que atrai quem deseja desacelerar.

Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, em parceria com o Instituto de Pesquisa DataSenado, publicada em setembro de 2023, apontou que 61% dos brasileiros têm intenção de fazer viagens voltadas ao bem-estar e à natureza nos próximos dois anos.

O estudo, realizado com 2.400 entrevistados em todas as regiões do país, destacou que o desejo por experiências mais autênticas e com menos aglomeração cresceu significativamente no pós-pandemia. Entre os entrevistados, 72% disseram que preferem destinos com menor movimento e maior contato com culturas locais.

Outro levantamento, da plataforma Booking.com, divulgado em abril de 2023, reforça essa mudança de comportamento: mais da metade dos brasileiros (58%) afirmaram que pretendem “viajar mais devagar” nas próximas férias. O estudo, feito com mais de 33 mil viajantes de 35 países (sendo 2 mil do Brasil), indica que a busca por equilíbrio emocional e menor impacto ambiental são fatores-chave nessa decisão.

Cidades

Gonçalves, por exemplo, é o tipo de lugar em que o celular perde o sinal – e ninguém reclama. As estradas de terra, as pousadas com vista para a serra e os pequenos cafés com pão de queijo feito na hora compõem o cenário ideal para quem quer sair do piloto automático. A cidade é abraçada pela Serra da Mantiqueira e oferece trilhas, cachoeiras e produtores locais de azeite e cerveja artesanal.

Já São Lourenço, uma das principais estâncias hidrominerais do país, convida à contemplação com seu famoso Parque das Águas, no qual turistas podem caminhar com calma, experimentar diferentes tipos de água mineral e aproveitar banhos terapêuticos. É uma cidade em que o bem-estar é parte do dia a dia.

Monte Verde, com suas construções em estilo europeu, também se alinha ao espírito do slow travel. Embora tenha se tornado mais conhecida nos últimos anos, ainda guarda momentos de silêncio e aconchego, principalmente fora da alta temporada. Os visitantes se encantam com trilhas em meio a araucárias, tardes preguiçosas em cafés locais e o clima romântico da serra.

E não dá para falar de reconexão sem mencionar São Tomé das Letras, com suas formações rochosas, lendas místicas e energia singular. Mais do que um destino turístico, a cidade funciona quase como um retiro espiritual. É o tipo de lugar no qual as pessoas conversam sem pressa, os dias passam devagar, e o céu à noite lembra que existe um mundo além das notificações.

Hospedagem

No turismo lento, a hospedagem deixa de ser apenas um lugar para dormir. Ela se torna parte ativa da viagem – e, muitas vezes, o ponto de partida para a reconexão.

No sul de Minas, há uma ampla variedade de acomodações que se encaixam nesse conceito: pousadas simples com lareiras, chalés ecológicos em áreas de mata, hotéis-fazenda com comida caseira feita no fogão a lenha e também opções mais sofisticadas voltadas ao relaxamento, como spas e retiros holísticos.

Muitos desses estabelecimentos também oferecem atividades integradas, como sessões de yoga ao ar livre, massagens com produtos naturais da região, trilhas guiadas, piqueniques nas montanhas e até vivências rurais, como ordenhar vacas, colher hortaliças e aprender a fazer queijo. Essas experiências fortalecem o elo entre o turista e o local, gerando um sentimento genuíno de pertencimento e conexão.

O sul de Minas, com sua hospitalidade generosa e seu ritmo acolhedor, é uma das regiões que melhor traduzem esse novo olhar para o turismo. Um olhar que não busca “fazer check-in”, mas, sim, criar memórias. E, às vezes, tudo que a gente precisa é de um fim de semana entre montanhas, com café passado na hora e silêncio.

Foto: iStock

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