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Defesa da vida marca programação da ALMG no Dia da Mulher

Redação6 de março de 201914min0
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Mostras, debates e rodas de conversa vão abordar o feminicídio, que vitimou em MG uma mulher a cada três dias em 2018.
A planta sempre viva, que após colhida e seca consegue resistir ao tempo, simboliza o evento e remete à ideia de força, resiliência e capacidade de superação – Arquivo ALMG – Foto: Guilherme Bergamini

No momento em que os casos de feminicídio têm assombrado o País, a defesa da vida será este ano o grande marco da celebração do Dia Internacional da Mulher na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Com este objetivo, foi preparado, junto com movimentos e entidades parceiras, o evento Sempre Vivas – Mulheres em Luta contra a violência. A programação será aberta na sexta-feira (8/3/19) com uma solenidade no Salão Nobre da Assembleia, às 9 horas.

Na sequência, às 9h30, na Galeria de Arte da ALMG, será inaugurada a exposição “Memórias de mulheres mineiras e brasileiras em busca de seus direitos”, do movimento Quem Ama não Mata, estando prevista a visitação de estudantes já na abertura.

A programação do evento se estenderá por toda a tarde, desta vez na Praça 7 (esquina da rua dos Carijós), no Centro de Belo Horizonte. Ali, a partir das 12 horas, será realizada audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da ALMG, com a presença de diversos coletivos, entidades e órgãos públicos, que se revezarão em debates e rodas de conversas.

Haverá ainda intervenções culturais na praça, com a participação, entre outros, do grupo teatral Morro Encena e da Batucada Núcleo Universitário da Marcha Mundial de Mulheres.

Às 18 horas, após o encerramento do evento, a praça ainda receberá diversas outras manifestações previstas na Capital pelo Dia da Mulher, se tornando ponto de encontro dos movimentos para um ato unificado.

Resistência –  Na preparação do evento, a Assembleia e entidades parceiras consideraram crucial levar a temática do feminicídio para a rua, diante do aumento dos números de mulheres vítimas de violência em Minas Gerais.

A intenção é alcançar mulheres fora das discussões tradicionais e conscientizar aquelas que não sabem que estão em uma relação abusiva, vivendo situações de violência física, psicológica ou patrimonial.

Além de ser um ato de conscientização e indignação, o evento tem ao mesmo tempo o objetivo de celebrar aquilo que já foi conquistado pelas mulheres ao longo dos tempos, mostrando sua união e força, mesmo em contextos desfavoráveis.

Nessa direção, a identificação do evento como “Sempre Vivas – Mulheres em Luta contra a violência” enfatiza a intenção de valorizar a postura ativa e alerta das mulheres para que permaneçam vivas, combatendo todas as formas de violência.

Por isto a escolha das sempre vivas para remeter à programação, pois as plantas com esse nome, após colhidas e secas, conseguem resistir ao tempo, sendo simbologia de força, resiliência e capacidade de superação.

Comissão vê números preocupantes

Conforme a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Marília Campos (PT), dados divulgados pela Polícia Civil revelam que, em média, uma mulher foi morta a cada três dias em 2018, vítima de feminicídio em Minas.

Os 106 assassinatos registrados entre janeiro e setembro do ano passado são 5% superiores aos 101 casos registrados no mesmo período de 2017.

“Esses números revelam a importância de trazer à tona o debate em torno do feminicídio e das violências contra as mulheres. Precisamos pensar alternativas e políticas públicas que priorizem a vida”, afirma Marília Campos, ao destacar a programação deste 8 de março de 2019.

A parlamentar acredita também na importância desse encontro de tantos movimentos sociais e mulheres diversas para construir uma agenda ampla dentro do espaço da comissão que ela dirige.

“Estaremos unidas para garantir a nossa segurança e os nossos direitos”, completa ela.

O que é – Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.

Exposição do movimento“Quem ama não mata” vai até dia 22

A exposição “Memórias de mulheres mineiras e brasileiras em busca de seus direitos” ficará aberta ao público até 22 de março, das 8 horas às 18 horas, na Galeria de Arte. O objetivo da mostra é retratar a violência sofrida pelas mulheres ao longo da história e narrar suas lutas na conquista por mais direitos e voz na sociedade.

A idealizadora e curadora da exposição, Elizabeth Fleury, é doutoranda em Sociologia e autora do “Dicionário Feminino da Infâmia – Acolhimento e Diagnóstico de Mulheres em Situação de Violência”.

Elizabeth também integrou o grupo de jornalismo independente nos anos 1970 e o grupo feminista criador do Quem Ama Não Mata, movimento que teve início em 1980 para denunciar a violência contra a mulher.

O movimento começou com 30 mulheres, muitas delas presentes em ato público realizado na época, no Centro da Capital. De lá para cá, as mulheres conquistaram direitos importantes, como a Lei Maria da Penha, a implantação das Delegacias da Mulher e a inclusão do feminicídio no Código Penal.

Linha do tempo – A exposição conta com painel cronológico das lutas das mulheres brasileiras, dividido em três tempos: anos 1920/1930; anos 1930/1950 e anos 1960/1980, além da exibição de vídeos de movimentos feministas e de reportagens de TV.

Ainda estarão expostas capas de jornais e revistas, também da década de 1980, período marcado por uma série de assassinatos cometidos por companheiros das vítimas, que alegavam “legítima defesa da honra” para justificar os assassinatos.

A exposição ainda contará com livros de temática feminina, do século XIX até os dias de hoje, e com a consulta, pelo computador, do Dicionário Feminino da Infâmia.

Visitação – A visitação aberta ao público também poderá ser guiada mediante agendamento prévio, que poderá ser feito a partir de 11/3, pelo Whatsapp (31) 99936-3669, sendo válida para as segundas e quartas pela manhã, e à tarde para as terças e quintas.

Outras duas mostras também estarão paralelamente na Galeria de Arte. Uma delas é o varal bordado à mão denominado “Feminicídio, bordando a resistência”, do coletivo Linhas do Horizonte, que trará o nome de mulheres que tiveram suas vidas ceifadas pelo feminicídio.

A outra é “Mulheres cabulosas da história”, projeto da organização Mulheres do Levante Popular da Juventude, com releituras fotográficas de mulheres que são ou foram grandiosas ao longo dos tempos, mas que acabaram invisibilizadas pelo machismo.

ALMG tem ações em várias frentes

O evento poderá ser acompanhado pelas redes sociais da Assembleia, seja em tempo real pelo Twitter, em cobertura especial nos stories do Instagram ou em posts na página do evento no Facebook. No Portal da Assembleia é possível baixar cartazes com as hashtags #semprevivas #nãosecale para participar da campanha pela vida das mulheres.

Também na sexta (8/3), a programação musical da Rádio Assembleia será toda dedicada às mulheres, com músicas cantadas por elas ou que as homenageiam.

Será levada ao ar uma gravação especial com a integrante do coletivo Mulheres Criando e sambista mineira Flávia Ellen, feita para o programa Músicos de Minas.

Além de cantora, compositora e violonista, Flávia integra o coletivo promovendo a carreira de compositoras brasileiras. É também idealizadora do projeto Canta Comigo, que convida cantoras para parcerias musicais.

Já ao longo do ano, encontros temáticos relacionados à mulher serão realizados na Escola do Legislativo, sobre a solidão da mulher negra (9/4); a mulher e o mundo do trabalho (7/5); violência obstétrica e sequestro de bebês (4/6); jovens mulheres (2/7) e sempre vivas (6/8);

As inscrições serão abertas 15 dias antes de cada tema pelo email: [email protected]. Esses encontros também poderão ser acompanhados ao vivo pelo Facebook.

Marcos no Legislativo – Além de eventos sucessivos a cada Dia Internacional da Mulher, a ALMG tem promovido diversos debates relacionados às mulheres e aprovou, no ano passado, o Projeto de Lei 5.203, da deputada Marília Campos (PT), que deu origem à Lei 23.144, de 2018, que institui o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, a ser celebrado anualmente em 23 de agosto.

Também no ano passado, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, criada em caráter extraordinário em 2015, foi transformada em comissão permanente da Casa, tendo como objetivos promover a igualdade entre homens e mulheres; combater a discriminação; estimular políticas públicas, sociais e econômicas para mulheres; promover a autonomia das mulheres e o combate às violências e ao feminicídio.

Fonte: almg.gov.br
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